Demi on#
As aulas começariam amanhã. Eu estava sentada no banco da
praça, esperando as garotas, impacientemente. Era um começo de inverno
horripilante. Enfiei minhas mãos numa luva e encarei a neve caindo no chão
molhado, inspirei o ar gelado e úmido e soltei um gemido de satisfação ao ver
Miley se aproximando. Ela estava com um suéter vermelho que me parecia
convidativo, botas até os joelhos e calças pretas de cashmere, seu cabelo
estava escondido por uma toca de lã e alguns fios escapavam. Ela se sentou ao
meu lado e sorriu.
As coisas haviam ficado estranhas depois da morte de Joe. Ele
era um bom rapaz e todos gostavam dele. Ele fazia piadas e sempre colocava um
bom humor na sala de aula. Agora, parecia que um buraco estava aberto nos
nossos corações e o vento frio de inverno entrava por ele congelando tudo.
Taylor não respondera á maioria dos meus e-mails e muito menos ás minhas
ligações. Me perguntei por quanto tempo ela ficaria de luto, bem, de certa
forma, todos estávamos de luto, até deixei uma lágrima escorrer solitária pelo
meu rosto no velório. Taylor não foi. Mas ninguém esperava mesmo. Camilla fora
enviada para um centro de “reabilitação” para adolescentes problemáticos. Ela
devia estar drogada ou, devia ser mesmo uma doente mental. Não falo isso para
zuar com ela, mas ela devia ser doente mesmo. Ou uma psicopata. Estava
precisando de ajuda.
Eu e Miley nos viramos ao ver Sel vir até nós com um,
sobretudo roxo e protetores de ouvido azuis, e é claro, seus Nike. Ela estava
sem seus óculos, mas seu cabelo ainda estava preso, como sempre. Ela parou em
frente á nós com um olhar cheio de expectativa.
Selena: Acham que ela vem? – ela se virou, para ver se alguém
nos escutava. As ruas estavam desertas, literalmente.
As lojinhas estavam
fechadas e a praça, coberta de gelo. Não sabia por que Miley sugerira aquele
lugar, mas achei estranho.
Demi: Não tenho certeza. – olhei para minhas mãos cobertas
por camadas de tecido quente.
Miley: Ela deve estar com olheiras enormes. – ela comentou,
indiferente.
Selena se mostrou confusa.
Selena: Mas... Não entendi porque a reação dela foi mais...
exagerada do que a nossa.
Revirei os olhos.
Demi: Ela amava o Joe, Sel. – eu bufei, era obvio. – Ela ia
se declarar pra ele na... Sexta.
Agora, pronunciávamos a palavra sexta como um tipo de
feriado, afinal era o dia em que Joe morreu.
Miley: Chequei o horário novo das aulas por e-mail e
adivinhem?
Olhamos curiosas pra ela.
Miley: Mudaram a aula de história para quinta.
Selena assoviou baixinho. É claro que tinham feito aquilo
para Taylor (ou outros alunos) pensarem na “Ultima aula de história do Joe
Jonas” que aconteceu na “ultima sexta-feira do Joe Jonas”. Dei de ombros.
Demi: Acho que foi um tipo de sinal de respeito, sei lá.
Selena esfregou os braços.
Selena: Ah, gente, vamos no Starbucks tomar um café, aqui
está frio demais.
Assenti e puxei Miley, o Starbucks da cidade ficava do outro
lado da praça.
Entramos na praça com relutância. Agora todos os lugares
pareciam cheios de “possibilidades”. Aquela praça realmente era linda. No
outono, verão ou primavera. Suas árvores eram centenárias e seus picos de
encostavam, como se uma camada de folhas fosse o teto na praça. Mas, no
inverno, parecia mais que estávamos dentro de um daqueles globos de gelo, que
você gira uma chave e a musica clássica toca junto com as neves que vão caindo.
Caminhei relutante pela praça, levantando os olhos pela camada de gelo que nos
cobria. No meio da praça havia uma bela fonte, mas estava desligada. Olhamos
umas para as outras, sabíamos o que estávamos pensando, parecia que por causa
do assassinato de Joe, a cidade parara, a fonte parara... Tudo havia perdido o
brilho. E não era por causa que éramos MUITO próximas de Joe, era por que
aquilo nunca acontecia na nossa cidade. Nunca.
Suspirei de alivio quando saímos da capa de gelo e entramos
direto no Starbucks. Estava quente e tinha o cheiro familiar e forte de café. Sentamo-nos
numa mesa perto da janela, que mostrava a vista da praça.
Selena chamou o garçom e pediu três cappuccinos. Ela nos
olhou de forma assustada e apoiou os braços na mesa. Eu e Miley sabíamos o que
significava, ela tinha algo para falar.
Selena: Fui até a escola pra fazer a rematrícula e adivinhem
o que eu descobri?
Nos inclinamos mais perto com expectativa.
Selena: Tacaram tinta preta bem no local onde o sangue de Joe
pingou.
Fechei os olhos e senti um tremor. Miley esbugalhou os olhos.
O concreto era azul.
Miley: Estão loucos? – ela alterou a voz, mas logo percebeu
olhares em cima de nós e se acalmou – O chão é azul e todos sabem!
Demi: Pintaram todo o chão de preto? – perguntei mesmo
sabendo a resposta.
Selena: Não, dá para ver nitidamente que apenas jogaram tinta
no lugar.
Miley se encostou assustada no sofá e eu engoli em seco.
Ainda não tinha processado a informação. Qual seria a reação de Taylor ao ver
alguns litros de tinta preta jogadas no lugar onde Joe morreu?
Demi: Isso não é bom, nada bom. – murmurei. – Você comentou
algo com Milena? Isso é um absurdo!
Selena assentiu e parou de falar quando o garçom se inclinou
para nos entregar os copos fumegantes. Quando ela se certificou de que ele
havia saído do campo de audição, continuou.
Selena: Falei com Milena. Ela disse que não tinham tinta
azul.
Revirei os olhos. Miley estava realmente brava.
Miley: Fala sério. – resmungou ela – Não quero nem ver.
Selena: Eu fiquei realmente chocada. – ela falou mais baixo –
É como se eles quisessem apagar a morte de Joe com um pouco de tinta.... Preta.
Pegamos em sincronia os copos de cappuccinos e ficamos
apreciando o silêncio.
Até que ouvi murmúrios vindos de uma mesa no fundo do café.
Levei meus olhos até lá. Era um cara familiar pálido com olhos e cabelos
escuros. Mas foram os cachos loiros que me preocuparam. A garota estava de
costas.
Demi: Garotas olhem ali. – apontei discretamente com os olhos
para a mesa. Miley sorriu com indiferença.
Miley: Pelo menos sabemos que o professor de literatura ainda
é um gato.
Selena: Quer dizer o Professor Mayer? – ela se virou e pousou
os olhos na mesa. Estreitei mais os olhos e notei um celular no canto da mesa,
deveria ser da garota. Hum, um Iphone 4
branco. Tudo bem. Com um coração
preto nas costas? Minha respiração acelerou.
Demi: Meninas... –as chamei - é a Taylor.
Selena esbugalhou os olhos e voltou a olhar para a mesa. Miley
fez o mesmo, elas se abaixaram e eu o fiz também.
Miley: Posso saber por que ela está com o professor John em
vez de estar com nós?
Selena: É o que eu quero saber. – ela estava realmente
confusa. Miley estreitou os olhos e fez um daqueles seus biquinhos filosóficos.
Miley: Danadinha... – ela sorriu. Selena congelou.
Selena: My! – ela a repreendeu – Eles devem estar conversando
sobre...
Revirei os olhos. Às vezes Selena era ingênua demais.
Demi: Sobre o próximo relatório de literatura? Me poupe! –
peguei meu celular.
Selena: O que vai fazer?
Demi: Ter certeza de que é ela ali com o professor gato. –
mandei um torpedo para o numero de Taylor.
Fechei o celular e esperamos com expectativa e olhos grudados
na mesa dos fundos. Quando o celular da garota soou um toque baixo e ela o
pegou, clicando um botão e o colocando indiferentemente sobre a mesa, Miley
cerrou os punhos e os bateu sobre a mesa.
Demi: Bingo... – murmurei e nos levantamos. Selena mordeu a
boca.
Selena: E agora? – ela olhou para Miley, que já levantava da
mesa a puxei de volta e ela foi forçada a se sentar.
Miley: Bom, agora descobrimos por que ela não liga mais para
nós. – ela cerrou os olhos verdes e puxou ainda mais a toca, os cobrindo, como
uma criança emburrada. Eu ri.
Demi: Relaxem meninas. – eu as acalmei – Ela achou alguém
para...
Miley: A consolar?
Selena: Miley... – com tom de repreensão.
Miley: O que? – se fingiu de indignada com um sorrisinho
malicioso.
Eu não sabia bem o que pensar de Taylor com outro cara, às
vezes eles eram apenas amigos, o que tinha demais?
Demi: Vamos meninas. – me levantei junto com Sel. Miley
continuou grudada no sofá, com o olhar concentrado em Taylor e John.
Demi e Selena: Miley...
Ela bufou e se levantou. Selena envolveu seus ombros, para
evitar alguma besteira. Deixei alguns dólares em cima da mesa e me dirigi com
elas o mais rápido possível para fora do café.
Demi off # Taylor on
Taylor: Então, John... – eu sorri e levei o café para os
lábios. Fazia tempo que alguém me fazia sorrir. Ele se remexeu no sofá.
John: O que?
Eu ri baixinho. No canto de seus olhos negros, formavam-se
rugas sempre que eu sorria.
Taylor: Precisa me responder! – insisti. Ele pegou o café e
deu um gole demorado, até quando ele iria enrolar?
Depois de passar uma semana enterrada no chiqueiro que virou
o meu quarto, John foi me fazer uma visita. E, aquilo virou um costume. Ele
sempre me fazia rir. Coisa que eu pensava
que nunca mais iria acontecer.
John: Não.
Olhei para ele, querendo que ele dissesse a frase inteira.
John: Nunca me apaixonei.
Hey brigadeiros! Tudo bem? Espero mesmo que tenham gostado do 1º capítulo de RED. Eu estou gostando muitoo dessa fic... Acho que vocês vão amar mesmo (!)... Obrigada pelos primeiros seguidores, viu? Seus lindos.
Se vocês puderem, por favor, coloquem o plug me do RED no seu blog ((:
Boom... +3 comentários para o capítulo 2 e mais uma vez, obrigaada!
xoxo&hugs
clarinhaaa
Tipo. .. Perfeição em nivel maximo!!! ^^
ResponderExcluirNão adorei o capitulo, eu AMEII!!
Tipo só o que eu tenho pra dizer é ..
Poste Poste e Poste
Super ansiosa para o capitulo 2
Mil beijinhuus de caramelo ~~
o/
Seguindo, bb! Ainda nem li, mas como tudo que você escreve é perfeito...
ResponderExcluirVolto para ler e comentar qualquer hora dessas!
Beijo, linda!
Leca.